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sábado, 11 de novembro de 2017

Coppola compara o papel do cineasta com o gestor

O cineasta Francis Ford Coppolaexplica como conseguiu que Marlon Brando atuasse em seu filme, O poderoso chefão, sob as péssimas condições impostas pelos produtores. Coppola faz relação entre os papéis do diretor e do gestor empresarial, no qual é preciso manter a equipe motivada, e explica que o segredo para se atingir as metas é convidar, em vez de exigir. História curiosíssima sobre como ele, de certa forma, manipulou o ego do ator a favor de sua produção com uma abordagem cuidadosa. Neste caso, um erro na forma de apresentar o projeto ao ator poderia estragar tudo e obrigar a produção a selecionar um outro ator para representar o personagem mais importante do filme, mudando totalmente os planos do diretor. O filme não foi apenas bem sucedido, mas se tornou um marco nos filmes de Máfia, chegando a superar a popularidade do romance best-seller homônimo, de Mário Puzzo.
E citando o próprio filme, para comparar cinema com gestão empresarial: “São só negócios.”

Em que um cineasta e um gestor são parecidos?
Tanto o diretor de cinema como o executivo conectam arte e lógica. […..]Apelei muito para minhas habilidades de negociador, por exemplo, para conseguir que Marlon Brando fosse Don Corleone [risos]. Desde o início eu o quis no papel de chefão da família Corleone, mas as autoridades da Paramount o rejeitavam. Para aceitá-lo, impuseram condições, que eu o fiz aceitar: que trabalhasse quase de graça [consta que ganhou US$ 50 mil por seis semanas), que se comprometesse a fazer um teste de câmera e que oferecesse uma US$ 1 milhão em garantia (caso ele pulasse fora). O mais difícil foi ele se submeter ao teste de câmera [risos].
Gestão de talentos… ou de crises [risos]… Como você conseguiu que Brando se sujeitasse a isso 
Nunca vou esquecer; aprendi muito sobre motivação nesse esforço com Brando. Fui, com minha equipe técnica, até a casa dele, com uma excelente tábua de frios e um vinho tinto de altíssima qualidade. Quando Brando apareceu com sua bata japonesa e viu a mesa que havíamos preparado silenciosamente, pois sabíamos que odiava barulho, simplesmente se sentou e começou a “brincar” com a composição do personagem. E nós o filmamos. Ele falou ao telefone ao estilo Corleone, encheu sua boca de papel para acentuar as características, experimentou sotaques. O sutil e respeitoso “convite” bastou para motivá-lo. Acredito que o mesmo acontece nos negócios. Não temos de exigir, mas convidar. E assumir o risco de experimentar. Só que sempre sendo sinceros com nós mesmos.
O segredo do sucesso na arte, nos negócios e na vida é o mesmo? 
Acho que o sucesso sempre passa por ter atributos “de autor” em tudo que se faz: é preciso ser experimental, pessoal, apaixonado, franco, entusiasmado e diferente. Quando permitimos que as coisas que fazemos respondam candidamente a nossa própria natureza, mostramos nossa originalidade latente, algo que sempre temos quando jovens e iniciantes na profissão e que nunca deveríamos perder. E eu garanto: a intuição é a melhor amiga do criador, incluindo aí o homem ou a mulher de negócios. [...]

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